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Prestação de serviços tem queda histórica, 11,7%

Assim como a produção industrial e as vendas do comércio varejista, a prestação de serviços no País mergulhou em abril ao nível mais baixo já registrado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços divulgada pelo IBGE.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o volume de serviços prestados teve uma queda histórica de 11,7% em abril ante março, com perdas recordes em todas as cinco atividades investigadas.

“Foi o vale da atividade (econômica) em termos de variação. É claro que não podemos descartar quedas adicionais em alguns segmentos em maio, mas, com alguma abertura da economia em algumas cidades, mesmo em ritmo lento, deve ter uma acomodação da atividade em nível mais baixo", avaliou o economista Mauricio Nakahodo, do Banco MUFG Brasil.

Em abril, se destacaram as retrações nos serviços de transportes aéreo e terrestre e nos serviços prestados às famílias. No entanto, a prestação de serviços não deve registrar novo recorde negativo em maio, após as perdas agudas acumuladas nos dois meses anteriores, segundo Rodrigo Lobo, gerente do IBGE. Ele lembra que indicadores antecedentes, como sondagens de confiança e fluxo de veículos em estradas com pedágio, já mostraram alguma melhora.

“Se a taxa de maio for negativa, ela não vai registrar quedas recordes como essas de abril. Seja ela uma taxa positiva ou uma taxa negativa, não vai ser negativa a ponto de ser recorde de queda, e não vai ser positiva a ponto de indicar algum tipo de recuperação acelerada para o setor de serviços”, estimou Lobo.

Os serviços acumularam uma perda de 17,9% em março e abril em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Nos serviços prestados às famílias, a queda acumulada foi de 61,6% nos dois meses sob efeito da crise sanitária, enquanto os transportes encolheram 24,9%. O transporte aéreo despencou 80,9% no bimestre março e abril, enquanto o transporte terrestre acumulou uma queda de 28,9%.

“No mês de março a gente teve os últimos dez dias mais afetados, e agora no mês de abril temos 30 dias afetados pelas medidas de isolamento social e restrição de funcionamento para atividades econômicas”, lembrou Rodrigo Lobo.

O agregado especial de atividades turísticas acumulou uma retração de 68,1% na pandemia. Houve queda de 30% em março ante fevereiro, seguida de novo recuo de 54,5% em abril ante março. “Comércio, indústria e serviços mostram o mesmo tipo de movimento nesses dois últimos meses, de queda brusca”, ressaltou o gerente do IBGE.

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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