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Prévia do PIB tem tombo recorde de 9,7% e pode indicar fundo do poço em abril

No primeiro mês com impacto integral da pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica brasileira sofreu queda de 9,7% em abril na comparação com o mês anterior, aponta o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta quinta-feira. Essa é a maior queda da série histórica, que começou em janeiro de 2003.
A estatística de abril reflete o impacto do coronavírus na economia, com redução do comércio mundial e as medidas de isolamento social.
As vendas no varejo desabaram 16,8%, a maior queda em 20 anos. Os serviços caíram 11,7%, maior redução desde 2011 e a indústria registrou o maior nível de ociosidade desde 2001.
Luana Miranda, economista e pesquisadora da FGV/Ibre, espera que maio seja um pouco melhor do que abril, mas ainda com queda significativa em relação ao mesmo mês do ano passado.
— A gente espera que maio tenha alguma melhora na margem, mas muito pouco. Uma queda de 16,4% em relação ao ano anterior e alta de 0,2% na margem. Isso está relacionado com abril ser muito provavelmente o pior mês do ano.
Em termos de PIB, a economista espera que o país só recupere a atividade econômica aos níveis anteriores ao da crise no segundo semestre de 2021. Miranda destaca também que com a queda de abril, os números do IBC-Br voltaram para os patamares de outubro de 2006.
O IBC-Br é uma prévia aproximada do Produto Interno Bruto (PIB) calculada pela autoridade monetária e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 2,25%.
O índice incorpora informações sobre o nível de atividade em três setores: indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
Já o PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é mais abrangente e também se baseia, por exemplo, em índices de orçamentos familiares e inflação. É a soma de tudo que foi produzido no país.

Autor/Veículo: O Globo
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