Notícias

Problema com a gasolina de aviação da Petrobras deixa mais de 11 mil aviões no chão

descoberta de irregularidades na composição da gasolina de aviação vendida no país deixou no chão mais de 11 mil aviões de pequeno porte, que voam com motor a pistão. Esse tipo de aeronave compõe a maior parte da frota do país e é usada na aviação agrícola para a pulverização aérea de fertilizantes — e também para voos privados, de instrução e táxi aéreo.

O lote da gasolina irregular foi produzido pela Petrobras na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão. — Pode-se considerar que os lotes contaminaram tanques no Brasil inteiro, de todas as distribuidoras e revendedoras — diz Humberto Brando, presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (AOPA).

Pelo menos 13 aeroportos, incluindo Jacarepaguá (RJ), Brasília, Pampulha (Belo Horizonte) e Recife, já divulgaram notificação aos pilotos dizendo que estão sem o combustível.

Segundo a Petrobrás, um novo lote está em produção e o abastecimento só deve voltar ao normal a partir de 8 de fevereiro.

Em julho do ano passado, a aviação geral também foi paralisada devido a um lote de AVGAS adulterado e que havia sido importado. A produção nacional de AVGAS foi interrompida entre 2018 e meados do ano passado, devido às obras na refinaria de Cubatão, quando o produto passou a ser importado.

A Petrobras diz que os “primeiros testes no produto transportado para as distribuidoras demonstraram que o produto atendeu a todos os requisitos de certificação exigidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”, mas que novos testes feitos em fevereiro apontaram resultados diferentes.

— E a pergunta que ninguém responde: Que controle de qualidade da ANP é esse que não detecta problemas em combustíveis que são usados em aviões? Como pode pela segunda vez toda a gasolina de aviação ser recolhida com defeito, tendo passado em testes da ANP? — questiona o presidente da AOPA.

Autor/Veículo: O Globo
Compartilhe: