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Raízen prevê alta em margem e volume de combustíveis

A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell que atua em combustíveis e açúcar e etanol, espera crescimento robusto para o negócio de marketing e serviços, que inclui distribuição de combustíveis e varejo de proximidade e conveniência, no anosafra de 22/23, a despeito do começo de ano volátil e resultados abaixo do esperado pelo mercado.

Para o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) ajustado dessa operação, a companhia projeta R$ 4,7 bilhões a R$ 5 bilhões, com alta de até 21% frente aos R$ 4,127 bilhões registrados na safra 21/22, finalizada em março.

Maior volume de vendas, captura de ganhos com a plataforma integrada de suprimento e comercialização, o início de operação no Paraguai e a conclusão da compra do negócio de lubrificantes da Shell suportam a expectativa de crescimento.

"Ainda vemos bons volumes no Brasil. O crescimento está vindo, em particular no diesel. Vemos o mesmo cenário do último trimestre [do ano safra 21/22], com melhora das margens", disse o presidente da Raízen, Ricardo Mussa.

No trimestre, o Ebitda ajustado consolidado da ficou em R$ 1,78 bilhão, queda de 30,2% na comparação anual, embora a receita líquida tenha crescido 50,1%, a R$ 53,5 bilhões. A piora de desempenho nos negócios de renováveis e açúcar explica a maior parte da queda no resultado operacional.

Na distribuição de combustíveis e varejo de conveniência e proximidade, o Ebitda ajustado trimestral ficou em R$ 998,8 milhões, recuo de 6,9%. No último trimestre da safra 21/22, a margem Ebitda ajustada do negócio de marketing e serviços ficou em R$ 119,2 por metro cúbico, abaixo dos R$ 141,1 por metro cúbico vistos um ano antes.

O último trimestre da 21/22, conforme o comando da Raízen, foi especialmente desafiador no Brasil. Na comparação com os três meses anteriores, a queda de quase 4% nos volumes comercializados de combustíveis reflete o forte aumento dos casos de covid-19 no período. Além disso, a movimentação dos preços do etanol afetou a estratégia de suprimentos da distribuidora.

Para os próximos seis ou nove meses, disse o executivo, a expectativa para a distribuição no país é de continuidade do ambiente atual, com suprimento de combustíveis restrito e preços domésticos menores que os de importação.

"Não vemos mudança, com os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e o ano de eleições no Brasil, que vai continuar pressionando para baixo os preços dos combustíveis", acrescentou.

Em relação às margens, disse que a rentabilidade no Brasil permanece abaixo do visto na Argentina e no Paraguai, embora já se veja uma recuperação estrutural que vai se manter nos próximos trimestres. No mercado paraguaio, a conversão dos postos Barcos y Rodados (B&R) para a bandeira Shell surpreendeu positivamente.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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