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Silva e Luna diz que Petrobras não tem culpa por preço da gasolina e que tabelamento não funciona

A política de preços da Petrobras não é responsável encarecimento dos combustíveis, mas, ao contrário, é benéfica para o país, pois evita o desabastecimento nos mercados e viabiliza o crescimento equilibrado da economia. A avaliação foi feita pelo presidente da estatal, general Joaquim Silva e Luna, em entrevista à jornalista Carla Araújo, do UOL, publicada neste domingo.

“No Brasil, a gasolina não está barata. A inflação se acelerou. E há quem atribua a culpa à Petrobras. Não veem que, nesse ambiente caótico, graças à sua gestão eficiente, a empresa tem conseguido gerar lucro capaz de pagar suas dívidas, investir fortemente e pagar tributos e dividendos”, afirmou.

“O que evita o desabastecimento nos mercados e viabiliza o crescimento equilibrado da economia é justamente a aceitação de que os preços são determinados pelo mercado, não por ‘canetadas’”, argumentou Silva e Luna, acrescentando que o “tabelamento de preços sempre trouxe as piores consequências para qualquer país que o faça”.

Para o presidente da estatal, há uma “caça ao bode expiatório”, mas a busca pelo lucro “não deve ser condenada”. No passado, a Petrobras era uma máquina de gerar prejuízo, defendeu. “Lucrar não era importante, gastou-se e investiu-se de forma perdulária. A empresa foi pressionada a agir como um braço político da época. A conta levou a Petrobras à beira da falência”.

“A Petrobras não persegue o lucro pelo lucro, mas porque precisa fazer investimentos de olho na transição energética e, por isso tem pressa no pré-sal”, disse na entrevista à jornalista do UOL.

Ainda sobre o encarecimento dos combustíveis, Silva e Luna afirmou que o cenário é complexo e que o cidadão precisa entender as variáveis que impactam o preço nas bombas. “É importante entender que a Petrobras não tem nem a capacidade nem a legitimidade para controlar os preços de combustíveis praticados no Brasil.”

Questionado sobre uma possível privatização da Petrobras, mencionada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva disse que “essa é uma escolha do acionista majoritário”, em referência ao governo.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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