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Taxa de desemprego fica em 11,1% em março, diz IBGE

A taxa de desemprego no País desceu de 11,2% no trimestre terminado em fevereiro para 11,1% no trimestre encerrado em março e foi a mais baixa para o período desde 2016, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado reverte a tendência de alta verificada no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano anterior, quando a taxa de desocupação também ficou em 11,1%.

O País ainda tinha 11,949 milhões de desempregados no primeiro trimestre de 2022. Considerando toda a mão de obra subutilizada, ainda faltava trabalho para 26,812 milhões de pessoas. O salário de quem se manteve empregado ficou 8,7% menor em um ano.

O mercado de trabalho manteve a tendência sazonal de dispensa de trabalhadores temporários no primeiro trimestre, mas houve menos demissões do que em anos anteriores.

“De modo geral, a ocupação caiu menos do que costuma cair em primeiros trimestres”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A pesquisadora lembra que a pandemia congelou por meses a demanda por mão de obra, especialmente em atividades como comércio, alojamento e alimentação, transporte e outros serviços. Com a melhora na crise, o setor deslanchou e elevou a absorção de trabalhadores no fim do ano, sendo que nem todos foram dispensados no primeiro trimestre de 2022, explicou Beringuy.

RESSALVAS. O economistachefe do C6 Bank, Felipe Salles, viu com satisfação o resultado: “A gente vê que a ocupação subiu, que empregos foram gerados, inclusive formais. De fato, uma surpresa positiva”, declarou. No entanto, apesar do cenário melhor no curto prazo, Salles alerta que a queda da renda real ainda é uma preocupação.

Ao mesmo tempo, a tendência ainda é de aumento da desocupação no segundo semestre, quando os efeitos do aperto monetário devem se refletir com mais força na atividade.

“Na segunda metade do ano, a economia deve sofrer uma desaceleração, pelos efeitos de uma política monetária contracionista, e o desemprego deve voltar a subir”, previu o economista do C6 Bank. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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