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Transportadoras de gás natural no país integram operações

A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e a Transportadora Associada de Gás (TAG), responsáveis pela gestão da malha de gasodutos que se estende do Sul ao Nordeste do Brasil, preparam uma integração das operações. O objetivo das três principais empresas do setor é fornecer uma plataforma única que permita aos clientes negociarem contratos com transportadoras diferentes, num só marketplace. Em paralelo, as companhias querem aumentar o intercâmbio no planejamento da expansão da infraestrutura nos próximos anos.

Para o futuro, a tendência é que as transportadoras façam chamadas públicas conjuntas para oferta da capacidade dos gasodutos. NTS e TBG, por exemplo, estruturam um processo, do tipo, para o segundo semestre de 2022.

Hoje, cada pedaço da malha nacional está sob a gestão de uma transportadora diferente. O cliente que queira acessar a rede em diferentes pontos vive a dificuldade de ter de negociar contratos com cada uma das empresas, que possuem processos de oferta de capacidade independentes com timings muitas vezes desconectados.

O presidente da NTS, Wong Loon, conta que a ideia é facilitar o processo de oferta de capacidade dos gasodutos. Pela nova plataforma, o cliente poderá ter acesso às capacidades de cada transportadora, com as respectivas tarifas, mas num mesmo formato.

“Estamos pensando numa visão multicliente. Chegamos à conclusão de que era importante termos uma porta de entrada única”, afirma o executivo.

Nos últimos anos, a rede de gasodutos de transporte do país passou por uma grande transformação. Antes operada pela Petrobras, a malha integrada nacional foi dividida em lotes, para venda: a NTS, que opera no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, foi comprada por um consórcio liderado pela Brookfield, em 2017; e a TAG, dona da rede que se estende do Rio ao Ceará, foi vendida para um consórcio formado pela Engie e o fundo canadense CDPQ, em 2019.

A TBG, dona do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), por sua vez, ainda é controlada pela estatal, mas também está em processo de desinvestimentos, como parte do compromisso assumido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para saída da petroleira do transporte.

Com a abertura do mercado brasileiro de gás natural, Wong Loon diz que as transportadoras, que antes atuavam como subsidiárias da estatal e tinham nela um único cliente, estão tendo que se adaptar a uma nova lógica multicliente.
A nova plataforma integrada está, também, alinhada ao novo modelo de contratação da capacidade dos gasodutos no Brasil, o de entrada e saída. Para ler esta notícia, clique aqui.

Autor/Veículo: Valor Econômico
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