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Ultra desiste de refinaria após Petrobras aumentar preço

O grupo Ultra e a Petrobras anunciaram, na sexta-feira, que encerraram as negociações para a venda da refinaria Alberto Pasqualini (Refap), do Rio Grande do Sul. Com o fim das conversas, o grupo Ultra, dono da rede de postos Ipiranga, deverá voltar suas estratégias para mudança da matriz energética, apurou o Valor.

O encerramento das negociações frustra os planos do conglomerado brasileiro, que quer avançar no setor de óleo e gás. Duas fontes a par das negociações afirmaram que a Petrobras estava dando sinais de que não estava mais interessada em vender a refinaria do Rio Grande do Sul e pediu um aumento significativo para se desfazer do ativo.
Considerada estratégica para os negócios geridos pela Ultrapar, o conglomerado montou uma equipe com cerca de 100 pessoas para estruturar a compra da refinaria do Rio Grande do Sul
O Ultra teria oferecido um pouco mais de US$ 1,5 bilhão pela Refap, apurou o Valor. Em janeiro, a estatal brasileira comunicou ao mercado que seguiria adiante com as negociações para a venda de sua refinaria. “Havia um processo estruturado, com um preço de referência para o ativo, e depois de seis meses de negociação, a Petrobras quis mudar as
regras do jogo dizendo que só venderia a Refap se o Ultra pagasse um valor substancialmente maior que o preço de referência acordado entre as partes”, disse uma pessoa familiarizada com o tema.

Em abril de 2019, a Petrobras iniciou o processo de venda de oito refinarias como resultado de um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para encerrar o processo que apurava abusos da posição de líder de mercado da petroleira.

A primeira fase de venda do pacote de ativos começou em junho de 2019 com as refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Landulpho Alves (Rlam) na Bahia; Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. Em setembro do mesmo ano, colocou à venda Regap (Minas Gerais), Reman (Amazonas), Lubnor (Ceará) e Six (Paraná).

Em março deste ano, o fundo soberano Mubadala anunciou a compra da refinaria baiana Landulpho Alves, por US$ 1,65 bilhão. O valor foi contestado por sindicatos do setor, que levaram as queixas para o Tribunal de Contas da União (TCU). Em agosto, a estatal informou que vai vender a Reman, do Amazonas, por US$ 189,5 milhões, para a distribuidora Atem.

No entendimento de pessoas envolvidas nas negociações, a petroleira começou a colocar empecilhos para seguir com as negociações, sobretudo, a partir da mudança de comando da Petrobras, com a saída de Roberto Castello Branco. Desde abril, o general da reserva Joaquim Silva e Luna é presidente da estatal. Para ler esta notícia, clique aqui.


Autor/Veículo: Valor Econômico
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