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Ultrapar lidera altas do Ibovespa com ganho de 12% e resultados acima do esperado no 1º tri

Após divulgar balanço que mostrou queda anual de 41% no lucro do primeiro trimestre, as ações ordinárias (ON, com direito a voto em assembleias) da Ultrapar lideraram as altas no Ibovespa, o principal índice acionário na B3, nesta quinta-feira (4). Na avaliação dos analistas, os resultados vieram acima do esperado, apesar de alguns sinais que exigem atenção.

Os papéis avançaram 11,81% e encerraram o pregão negociados a R$ 16,19.

A controladora da Ipiranga, da Ultragaz e da Ultracargo, lucrou R$ 274 milhões no primeiro trimestre, queda de 41% em comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida atingiu R$ 30,5 bilhões, recuo de 10%.

Para o Citi, as margens melhores no Ipiranga e números positivos nas operações da Ultragaz e Ultracargo foram os destaques do balanço.

Os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona e Joaquim Alves Atie escrevem que o Ebitda ajustado de R$ 1 bilhão foi quase 30% maior que o esperado por efeitos de créditos tributários e melhor resultado financeiro.

Operacionalmente, as margens da rede Ipiranga chegaram a R$ 99 por metro cúbico, acima da projeção de R$ 79 por metro cúbico, com maior volume de vendas compensando parcialmente as perdas com estoques.

As iniciativas de ganhos de eficiência que a companhia vêm realizando deram resultado na Ultragaz e na Ultracargo, com as duas unidades de negócio aumentando eficiência e margens, além de melhor mix de vendas.

“Mesmo com o cenário adverso na distribuição de combustíveis afetando negativamente a performance da Ipiranga, temos visão positiva sobre a estratégia da Ultrapar “, comenta o banco.

O Citi tem recomendação de compra para Ultrapar, com preço-alvo em R$ 19,50.

O Goldman Sachs também destaca que desempenho da Ultragaz impulsionou os resultados da Ultrapar no primeiro trimestre, com o crescimento de cerca de 73% na margem Ebitda por tonelada nessa divisão da companhia.

A expansão no Ebitda ajustado da Ultragaz foi resultado das iniciativas de aumento de eficiência e produtividade, repasse de inflação e melhor mix de vendas, comenta o banco.

Já sobre a Ipiranga, o banco aponta como as perdas de estoque e as maiores despesas resultaram em uma queda anual de 11% no Ebitda ajustado por metro cúbico. Ainda assim, a empresa reconheceu um ambiente comercial mais favorável no primeiro trimestre, com as margens avançando 89%.

Por fim, a Ultracargo reportou um Ebitda Ajustado 25% do que o apresentado um ano antes, refletindo maior ocupação de capacidade, reajustes contratuais e ganhos de eficiência, comenta o Goldman Sachs.

O banco mantém a indicação de compra para as ações da Ultrapar, com preço-alvo de R$ 15,90.

Já o Credit Suisse destaca que apesar dos resultados da Ultrapar no primeiro trimestre totalmente contrários às expectativas, com desempenho de receitas e lucros robusto e geração de caixa fraca, os resultados podem não ser sustentáveis.

Os analistas Regis Cardoso, Marcelo Gumiero e Henrique Simões escrevem que o Ebitda de R$ 1 bilhão foi 27% acima das estimativas, por conta de melhor desempenho operacional em todas as unidades de negócios, em especial na Ipiranga.

“A Ultrapar conseguiu superar nossas baixas expectativas, mas ainda não são resultados particularmente fortes em termos absolutos”, afirma o banco. Eles dizem que investidores precisam manter a cautela sobre usar esse balanço como novo normal.

Eles notam que a diferença entre as estimativas e os resultados de fato aconteceu após a Ipiranga ter perdas com estoques menores que o esperado ou as margens da unidade que foram melhores.

No lado negativo, a dívida líquida da Ultrapar aumentou no primeiro trimestre após ela registrar fluxo de caixa negativo, com uma dinâmica de capital de giro ruim no período.

O Credit Suisse tem recomendação neutra para Ultrapar, com preço-alvo em R$ 14.

Autor/Veículo: Valor Investe
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