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Vendas do varejo têm queda de 0,8% em julho, diz IBGE

Em um cenário de inflação ainda pressionada e crédito mais caro, o comércio varejista registrou perdas em julho. O volume vendido caiu 0,8% ante junho, o terceiro mês consecutivo de quedas, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com julho de 2021, a queda foi de 5,2%.

O resultado ficou aquém das estimativas de analistas ouvidos pelo Estadão/broadcast, que esperavam alta de 0,2%. O dado negativo contrasta com o avanço de 1,1% do setor de serviços no período, indicando um período de ajustes na economia, avaliou o sócio e economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel.

“O nível de incertezas, sejam domésticas, sejam externas, aumentou consideravelmente”, acrescentou Sichel, que prevê desaceleração da atividade econômica no quarto trimestre, provocada pelo aumento da taxa de juros. “Já estará impactado por um quadro de política monetária restritiva”, disse o economista.

O resultado negativo não alterou a previsão do C6 Bank de um crescimento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano. A expectativa é de desaceleração da atividade econômica no segundo semestre, “mas o pagamento de benefícios sociais mais altos e o aumento da massa salarial podem atenuar um pouco essa desaceleração para o segmento do varejo”, previu a economista Claudia Moreno, em nota.

No varejo, houve perdas disseminadas entre as atividades pesquisadas. Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, “o aumento de preços influencia a decisão de consumo das famílias”. •

Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo
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