Elos da corrente

Elos da corrente

O fortalecimento de qualquer organização, seja ela particular ou sindical, passa, obrigatoriamente, pelo comprometimento de seus membros: participando, discutindo, defendendo seus pontos de vista, a fim de se ter uma posição uníssona e vigorosa perante os setores da sociedade da qual ela faz parte. Só se constroem sociedades fortes quando seus membros, no caso, empresariais, contribuem efetivamente para a solução dos problemas diuturnos vivenciados pela organização criada, especificamente, para representá-los, política e tecnicamente. Uma pincelada acadêmica, vez por outra, nos remete a reflexões mais profundas sobre a verdadeira dimensão de nosso papel na sociedade organizada. Destaco o conceito, advindo da Teoria Geral dos Sistemas e, posteriormente, incorporado pela Psicologia Gestáltica, corrente moderna, surgida na Alemanha, no século XX, que trata da terapia humanista. "O TODO É MAIOR DO QUE A SIMPLES SOMA DAS PARTES", de dimensão bem maior, sem trocadilhos, do que sua própria essência, de seu significado teórico. Quando, por qualquer razão, no mundo moderno, resolvemos enfrentar certos desafios empresariais e de que necessitem efetivamente de uma participação madura, comprometida, de outros componentes do setor em que atuamos, percebemos, realmente, o grande significado daquela elucubração acadêmica. São poucos os que têm a real percepção do alcance de uma frase tão bem aplicada na Teoria dos Sistemas, que procura buscar, no âmago, uma reflexão sobre nossas relações cotidianas e, principalmente, aquelas voltadas para as organizações de maneira geral. No caso presente, quero me referir, particularmente, à participação empresarial na vida de seus sistemas sindicais patronais. Há, possivelmente, uma percepção equivocada de boa parte dos empresários, que julgam suficiente o fato de que basta, apenas, se filiarem nos sindicatos de suas categorias econômicas e de que suas respectivas diretorias, quando efetivamente participantes, assíduas e comprometidas resolverão os problemas que permeiam seu setor. Se nos debruçarmos mais profundamente sobre o significado da frase, poderemos concluir sobre o peso e a dimensão real de nosso setor, de sua importância para o desenvolvimento econômico social do Brasil, desde que, todos, estejamos unidos e participando com maior dedicação e empenho sobre os destinos de nossa área. Por outro lado, não é demais lembrar o adágio popular: O BOI NÃO SABE A FORÇA QUE TEM NO PESCOÇO? Ou seja, não é o somatório de empresas filiadas em determinado sindicato patronal que define, isoladamente, sua força de representatividade, mas, sim a sinergia gerada da união, do envolvimento efetivo de cada componente econômico daquele setor, participando das lutas e desafios permanentes, é que o todo? demonstrará sua força? de trabalho, sua importância estratégica para o desenvolvimento econômico e social do país. Somente quem está devidamente comprometido em "fazer acontecer" sabe das imensas batalhas para se conseguir o envolvimento de um maior numero de empresários no dia a dia de seus segmentos organizados, criados justamente para, repito, se fazer presentes politicamente, defendendo os interesses maiores, legítimos e transparentes, de seus segmentos econômicos. Quem, de fato, participa, sabe das imensas dificuldades sobre o dia a dia da labuta sindical, decorrente do emaranhado de leis, regulamentos, estruturas fiscalizadoras, evidentemente necessárias para a proteção da sociedade, em seus direitos nem sempre respeitados, a par das cobranças permanentes de cidadãos nem sempre bem informados, mas que nos empurram para a necessidade de estarmos unidos, participantes, sem descuidarmos, obviamente, das particularidades de nossas empresas! Efetivamente, tanto aquele conceito acadêmico, quanto o adágio popular, denota evidente riqueza na busca de uma participação mais efetiva, presente, comprometida, dos segmentos organizados, no caso presente, de nossos sindicatos patronais. Pela obviedade destas pequenas colocações só podemos concluir sobre a necessidade de maior participação empresarial, nos destinos de uma entidade sindical comprometida com os valores sociais e econômicos que representa.   * José Carlos Ulhôa Fonseca é administrador, empresário, presidente do Sindicombustíveis-DF

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