Os bons ventos da renovação

Os bons ventos da renovação

Todo proprietário de posto já deve ter se perguntado pelo menos uma vez na vida como ficará seu negócio quando ele não mais estiver à frente das decisões. Afinal, preparar ou escolher um sucessor não é tarefa fácil, pois requer encontrar alguém que conte com sua confiança (e de seus sócios, se for o caso) e tenha as habilidades necessárias para desempenhar bem sua função. Além de vontade de assumir essa tarefa, logicamente. Na atividade sindical o dilema não é muito diferente. A renovação é indispensável ao processo democrático e mais do que salutar para a evolução do setor, já que a chegada de novos representantes potencialmente traz ideias novas, outros posicionamentos e mesmo aquela disposição renovada de lutar característica de quem começa uma nova empreitada. É energia nova para levar adiante lutas recém assumidas ou de longa data. O grande problema é que está cada vez mais difícil encontrar novos líderes sindicais. Primeiramente, porque falta à grande parte dos revendedores a disposição de se afastar parcialmente de seus negócios, de dar um pouco de sua inteligência, de abrir mão de algum tempo com sua família para se dedicar à luta por melhores condições para o setor e fazer algo pela categoria. Falta-lhes compreender que, quanto mais forte for a categoria, melhor será para o dia a dia do revendedor. Se a revenda vai bem e você é um bom empresário, não há dúvidas de que seu negócio também irá prosperar. Um claro exemplo do importante papel desempenhado pelas entidades sindicais pode ser visto no trabalho de acompanhamento legislativo, pelo qual Fecombustíveis e Sindicatos Filiados identificam projetos de lei que possam ser nocivos à atividade de revenda ou ao setor de combustíveis como um todo e empenham todos seus esforços para evitar sua aprovação. Na maioria das vezes, basta procurar o político proponente e mostrar, por meio de argumentos técnicos e bem fundamentados, como tal proposta irá desorganizar o mercado ou prejudicar o setor. Outras vezes, como no caso dos cartões de crédito, a batalha é mais longa, requer intenso apoio político e disposição para brigar com importantes lobbies. Trata-se de um trabalho que poucos vêem, mas sem o qual nossa atividade provavelmente não existiria da forma organizada e estruturada que temos hoje. Voltando à questão da sucessão, não basta apenas encontrar alguém que tenha disponibilidade e vontade para participar da luta sindical. É necessário também que esta pessoa tenha uma visão idealista da nossa atividade, seja comprometida com causas justas e éticas para a categoria e a sociedade como um todo. Especialmente neste momento em que a ética está tão em falta no país e os conceitos são flexibilizados todos os dias, precisamos, mais do nunca, mostrar nosso compromisso com os valores fundamentais da sociedade, como retidão e honestidade. O verdadeiro líder sindical precisa distinguir os interesses de toda a revenda daqueles que beneficiariam apenas um grupo ou uma pessoa, ou, como diz o ditado, preocupar-se com a floresta inteira, não apenas com uma árvore. O Código de Ética da Fecombustíveis é bem claro ao vedar qualquer remuneração pelo exercício dos cargos na entidade e estabelece punições a quem obtiver vantagens ou benefícios pessoais em decorrência da posição que ocupa. Aliás, o Código de Ética deve ser lido, relido e decorado por todos aqueles que, de uma forma ou de outra, participam das atividades sindicais. Neste ano, em 15 dos 34 Sindicatos Filiados novos presidentes assumem para mandatos de quatro anos. A todos os companheiros que se juntam nessa caminhada, quero dar as boas vindas e lembrar que, apesar da Fecombustíveis ter atuação nacional, estamos atentos aos problemas regionais e à disposição para ajudar no que for preciso. Mesmo contabilizando inúmeras conquistas nos últimos anos, muitos ainda são os desafios a serem vencidos. Mas não tenho a menor dúvida que, se a revenda permanecer forte e unida, seremos capazes de superar todos os obstáculos. E a boa notícia é que isso só depende do esforço de cada um de nós.  

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