Passado e futuro

Passado e futuro

A Fecombustíveis lançou no final de maio o Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2011. Neste ano, buscamos inovar na diagramação, na disposição dos dados, na inclusão de novos capítulos, de forma a tornar o documento cada vez mais atrativo e dinâmico. Sempre enfatizo a importância da informação para quem deseja se manter competitivo, independentemente do ramo de atuação. É fundamental saber o que está acontecendo no seu mercado, buscando antecipar tendências em relação à preferência do consumidor, a novos produtos, novos rumos no setor. E foi pensando nisso que resolvemos inovar também no lançamento do nosso Relatório, aproveitando a ocasião para reunir especialistas no painel Perspectivas para o Mercado de Combustíveis Nacional?. Como não poderia deixar de ser, o etanol ocupou o centro do debate, em meio às mudanças que estão por vir para o setor e aos percalços enfrentados pelo biocombustível nos últimos meses. E, pelo que podemos observar até o momento, o governo terá uma tarefa árdua pela frente se quiser evitar, ou pelo menos se preparar melhor, para encarar os problemas que certamente virão na entressafra, ou até mesmo antes. A equação é simples: a produção já está dada e a demanda não para de crescer. Segundo os produtores, incrementos significativos na oferta de etanol só devem ocorrer quando novas unidades entrarem em funcionamento. Para se ter uma ideia, caso a decisão de aumentar a produção seja tomada hoje, os resultados só chegarão ao mercado em 2015. E o pior: a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) alerta que não há atratividade para novos investimentos, já que o custo de produção tem aumentado e o potencial de repasse ao consumidor é limitado pela relação com o valor da gasolina, cujos preços seguem sem alteração nas refinarias. Para não faltar etanol, portanto, só tem uma saída de mercado: reduzir a demanda durante a safra para garantir produto na entressafra. Como a frota flex segue crescendo no país, provavelmente esse controle será feito via preços, que devem seguir mais elevados neste ano, conforme vem sinalizando o setor produtivo. Se mesmo assim a demanda seguir aquecida, possivelmente o governo terá que pensar em outras medidas, como a redução do percentual de anidro na gasolina ou importações do produto, caso não queria ver a crise que ocorreu em março/abril se repetir ou mesmo ser antecipada para janeiro ou dezembro. Independentemente de qual será a solução adotada, o importante é que ela comece a ser discutida o mais rápido possível, de forma a evitar o que se viu nos últimos meses: postos sendo culpados por consumidores e autoridades por conta dos maiores preços nas bombas, quando a alta, na verdade, começou veio das usinas. Isso apesar de boa parte dos revendedores ter, inclusive, reduzido suas margens e absorvido grande parte das elevações para evitar perder vendas. Não podemos nos esquecer também que, no auge da crise, houve atrasos nas entregas de gasolina C e etanol aos postos, por conta das dificuldades logísticas enfrentadas pelas distribuidoras para carregar seus caminhões nas poucas unidades que ainda tinham produto. Com exceção de casos pontuais, não faltou produto para o consumidor. Mas houve revendedores independentes que ficaram sem combustível, amargando prejuízos significativos.   A nossa expectativa é que a ANP, agora com seus novos poderes sobre a produção do etanol, possa capitanear essas discussões, dar transparência ao setor e trazer uma certa regularidade ao abastecimento do produto, de forma que possamos novamente centrar esforços no problema da sonegação no biocombustível, que continua fazendo estragos e tirando revendedores sérios do mercado. Para finalizar, convido todos os revendedores a entrar no nosso site (www.fecombustiveis.org.br ) e acessar gratuitamente o Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2011, onde poderão encontrar um conjunto valioso de informações sobre como se comportou o nosso segmento no ano que passou e algumas dicas sobre o que esperar para os próximos meses. E não se esqueçam: sai na frente quem está mais preparado.  

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