Quase lá

Quase lá

O ano vai chegando ao fim com aquela sensação de que andou de lado?, um jargão que analistas do mercado financeiro gostam de utilizar para descrever quando a bolsa de valores fecha praticamente estável, sem ganhos ou perdas.
Obviamente, isso é verdade apenas em parte, já que os dados oficiais até outubro, disponibilizados pela ANP, mostram alta em torno de 7% nas vendas de combustíveis. Por outro lado, boa parte dos problemas que discutimos ao longo de 2012 ainda não tem uma solução à vista. E, sem dúvida, nosso maior desafio será a chegada do S10, a partir de janeiro de 2013.
Nessa mesma época em 2011, falávamos da introdução do S50, que demandava adaptação nos postos, cuidados redobrados e ainda fomos surpreendidos com uma lista de estabelecimentos obrigados a vender o produto. Todo mundo correu para garantir o S50 nas bombas, apesar do elevado preço do novo combustível e da falta de demanda nos primeiros meses, já que os veículos com motor Euro 5 demoraram a chegar às estradas.
De forma geral, podemos dizer que o produto se comportou bem, mesmo com alguns problemas de alteração no aspecto em decorrência de períodos mais longos de armazenamento e de escassez pontual de combustível em determinadas localidades.
Guardadas as devidas proporções, vivenciamos a mesma ansiedade de 12 meses atrás, com a vantagem dessa vez de que os postos já estão adaptados para oferecer o novo produto. Até meados de novembro, quando escrevo esse artigo, ainda não sabíamos o quanto irá custar o S10, nem como a ANP pretende tratar o aumento de teor de enxofre ao longo da cadeia ou mesmo as diferenças nessa medição, que pode variar de laboratório para laboratório. Ou seja, pode ocorrer de a Petrobras analisar o produto e constatar 9 ppm de enxofre, a distribuidora encontrar 10 ppm e o laboratório contratado pela ANP emitir um laudo dizendo que há 11ppm de enxofre. Isso é uma variação natural do método, está dentro do erro tolerado e todos esses produtos são considerados S10 pelos critérios técnicos de análise. Mas esse S11 encontrado no posto pode render uma multa. Se for em São Paulo, corre-se o risco da cassação da inscrição estadual. Por enquanto, a única certeza que temos é quanto à necessidade de se coletar e guardar a amostra-testemunha, pois, se não podemos analisar o teor de enxofre, ela será a única forma de comprovar que recebemos o produto com aquelas determinadas características.
No front do etanol, não há perspectivas de melhoria da competitividade do produto no curto prazo. O governo estuda elevar o percentual de anidro na gasolina, o que traria alívio para os usineiros e para a própria Petrobras, que vem se desdobrando para manter o país abastecido, em meio a uma demanda crescente e uma infraestrutura no limite de sua capacidade. E com a perspectiva de aquecimento da economia no próximo ano, esse cenário pode tornar-se ainda mais grave.
De qualquer forma, a expectativa é de que em 2013 tenhamos respostas para muitos dos nossos questionamentos atuais: como irá se comportar o S10? Vai subir o percentual de anidro na gasolina? Como será o novo marco regulatório do biodiesel? De quanto será o aumento nos preços dos combustíveis? E, independentemente das respostas para esses itens, temos perspectivas de outro bom ano para a revenda.
Por fim, desejo a todos um Natal de Paz, Harmonia, Saúde e Felicidade e um novo ano repleto de realizações e muito sucesso!

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