Voto consciente

Voto consciente

A exatos dois meses do primeiro turno das eleições, realizamos com grande sucesso a Postos & Conveniência 2010 em Brasília, mais uma vez recorde de público. Neste ano, o evento contou ainda com a produção da chamada Carta de Brasília?, resultado do intenso debate entre mais de 100 empresários e lideranças sindicais e que compila os principais problemas que afetam o setor, além de sugerir soluções para eliminá-los ou, pelo menos, mitigá-los. O documento será entregue a lideranças governamentais e políticas e é uma clara demonstração da união do setor em busca de um mercado mais justo e competitivo. Com ele em mãos, nenhum político ou candidato poderá alegar desconhecer os males que nos afligem. E, com as eleições batendo à porta, é esse o momento de apresentar propostas, buscar compromissos e, posteriormente, cobrar a implementação das promessas. Gostaria aqui de fazer um parêntese. Vejo muitas pessoas de bem com verdadeira aversão a qualquer engajamento político, justamente por não querer se misturar? com a imoralidade que é descortinada todos os dias nos meios de comunicação. Quem pensa assim não se dá conta do enorme erro que está cometendo. Não percebem que, dessa forma, apenas facilitam a vida dos indivíduos mal intencionados, pois abrem mão do maior poder que a democracia nos traz: decidir quem conduzirá os rumos da nossa sociedade e banir da vida pública aqueles que se serviram desse meio para satisfazer interesses pessoais. Sou de um tempo em que honestidade não era virtude, mas sim obrigação. Continuo pensando assim. Para mim, o candidato que se apresenta como honesto e trabalhador não faz mais do que a sua mínima obrigação. Por isso, gostaria de submeter à observação dos revendedores um importante ponto a ser considerado nas eleições desse ano: a defesa dos legítimos interesses da categoria. Como todos sabem, sindicatos e federações fazem parte de um sistema que goza de incentivos e privilégios fiscais. Sindicatos, por exemplo, não pagam imposto de renda.  Exatamente por esta situação privilegiada, a lei os impede de utilizarem o patrimônio social para beneficiar determinados candidatos, regra esta muito justa e adequada. Mas a lei não impede ? e nem seria democrático ? os dirigentes sindicais e os próprios empresários de indagar os candidatos acerca de suas posições em relação aos assuntos de interesse da categoria, e de apoiar, nas suas capacidades individuais ou por meio das suas empresas privadas, sempre na forma da lei, os candidatos cujas propostas mais se alinhem a esse ideário. No Brasil, lobby ganhou uma conotação igualmente ruim, na esteira da má fama da política. Entretanto, o lobby ético, democrático e transparente, exercido pela sociedade civil organizada ? os Sindicatos e Federações aí incluídos ? é um importante pilar da própria democracia. Antes de votar ou apoiar um candidato, ouça a opinião dele sobre os assuntos que são relevantes para o nosso setor. Procure se informar sobre os candidatos que são apoiados pelos dirigentes sindicais do seu Estado. Uma categoria unida em torno de nomes que estejam alinhados com as suas propostas, certamente terá mais chances de ser ouvida no futuro e de fazer valer os seus legítimos interesses. Não se abstenha do processo político eleitoral, pois ele decidirá o destino do seu país, do seu negócio, dos seus filhos e netos.  Não são os políticos que fazem o nosso país, somos nós que fazemos os políticos. Como já foi reiteradamente dito, os políticos são a cara da sociedade. Uma sociedade ausente terá sempre a pior representação. Uma sociedade participativa toma as rédeas do seu próprio futuro.

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